Parque
Nacional Sete Cidades. Estávamos exaustos. Loucos para tomarmos
uma ducha no hotel depois de uma tarde exaustiva trilhando pelo parque, com um
sol de 50 graus em sua cabeça. Paramos na sala da administração do parque,
Elizete queria mostrar as obras de artistas locais na lojinha. Quer dizer,
queria que eu comprasse algo deles, mas como eu estava cansado dessa forma
protocolar de “moeda de troca”, entrei apenas para dizer “Nossa, que lindas
essas obras, que trabalho perf...bom, o papo está ótimo mas precisamos de
uma ducha e comer algo". Entramos na caminhonete e partimos. Pra ajudar, Jeovani
se perdeu na trilha de acesso à saída do parque. Acho que foi castigo dos
nossos antepassados ou dos sumérios por não termos comprado nenhuma
lembrancinha.
Na chegada à porta de saída
do parque, o simpático vigilante pediu para eu preencher um questionário de
avaliação. Enquanto brincava de jurado do Show de Calouros e dava minha nota,
Jeovani estava preocupado com o que iríamos comer no jantar. Até porque, pelo
que sabíamos, não tinha opção nenhuma, apenas a comida sofrível do hotel. Por
sorte, o vigilante escutou nosso papo e indicou um restaurante super simples que, segundo ele, ficava praticamente de frente ao hotel. Ficamos curiosos pois
não tínhamos percebido onde ficava o local. Terminada a avaliação, saímos em
busca desse “oásis gastronômico” no meio do nada. E que foi tudo.
É UÓ!!!
O restaurante, na verdade,
ficava em uma casa e era por isso que não tinha chamado a nossa atenção.
Paramos por lá e avistamos a placa: Ponto do Bebeto. Jeovani chamou uma senhora que estava na varanda onde ficavam
as mesas de atendimento. Na verdade, ele chamou a mulher de forma um pouco rude
como se ela tivesse a obrigação de nos atender fora do restaurante. E o chamar
dele foi já ir direto perguntar, sem nenhuma cordialidade “Ei, o restaurante vai ficar aberto pra janta?” A
senhora, muito humilde foi chegando próximo ao veículo e aí eu já tomei as
rédeas da conversa, perguntando o seu nome e ela prontamente respondeu que se chamava
Antônia. Combinamos de chegar às 19h para comermos uma boa comida caseira. Nos
despedimos com um “até daqui a pouco”, atravessamos a estrada de terra e, ponto: já estávamos no hotel.
Assim que descemos do carro,
Jeovani estava aguado para tomar um banho de piscina. Pediu licença para ir ao
seu quarto e colocar uma sunga e se dirigiu à recepção pegar a chave do apartamento. Falei
para ele ter cuidado em não ser mordido com a “Juma Marruá” do hotel (calma, eu te ajudo decifrar quem é a tal Juma. Siga a seta --->...Parque Nacional de Sete Cidades) . Fiquei
tirando fotos, indo em direção à piscina para ler um pouco. PORÉM...
...no meio do zoológico que
estávamos instalados (o "zoológico", neste caso, é sob um aspecto positivo),
vendo as aves rodopiando o céu, cheguei à piscina e percebi que o volume da
água estava pela metade. Pensei: (risos) "Jeovani não vai gostar nada disso". Culpei a porra do Fagner, que ficamos
escutando no caminho de volta ao hotel emanando aquelas canções de "fodas mal dadas", pra emanar uma energia ruim mesmo que Jeovani, by the way, colocou por pirraça. Para celebrar com uma champanhe na mão em dar a notícia, saí em direção ao seu quarto para avisá-lo, quando........ deparo com uma.......... cena dantesca, digna de filme de neo realismo italiano: avistei
um imenso bolo fecal, de
algum bicho pré histórico que devia estar perambulando e não quis passar despercebido, resolvendo dar sua "carimbada estelar". No ME-IO do hotel. Quer mais neo realismo italiano que isso? (risos).
Era tão surreal que sequer me deu raiva no momento. Vendo aquele cenário
grotesco, tive uma única certeza: era tudo culpa do Fagner, SIM.